quinta-feira, 8 de março de 2012

Estudos Economia Política

TEXTO#1 – HENRIQUE CANARY – Jornal Opinião Socialista – Data ?




O artigo de Henrique Canary tem como foco apresentar de forma didática como as crises financeiras são o resultado da própria lógica interna do capitalismo. Em outras palavras, as crises "financeiras" (reportadas particularmente pelos meios de comunicação, como uma espécie de “catástrofe natural”, equivalendo a "raios" e "furacões") são, na verdade, parte da própria irracionalidade do sistema capitalista.

Alguns destaques da leitura do artigo:

- PIB é o meio de medição de riqueza segundo os critérios da burguesia. O PIB mede não a quantidade de dinheiro em circulação mas a quantidade de bens e serviços produzidos: nesse sentido, é “revelador” que a burguesia utilize desta informação.

- Necessário desmistificar a ideia de que a tecnologia substitua o trabalho: “o robô produz a máquina, mas quem produz o robô é o trabalho humano”. O trabalho humano é o ponto de partida para a criação do valor.

- O que tem maior valor, uma Ferrari ou um fusca? Intuitivamente dizemos que é a Ferrari, por causa do custo/preço da mercadoria. Mas a Ferrari tem mais valor por contar com maior quantidade de trabalho humano para ser produzida. O tempo aqui é o critério para aferir qual mercadoria tem “dentro de si” maior quantidade de trabalho.

- Com o desenvolvimento da tecnologia (ex. uma máquina que produz celulares de forma mais rápida), os trabalhadores que tem jornada de 8 horas por dia passam a produzir mais celulares. Mas não há um aumento correspondente na taxa de lucros do Patrão-Burguês. (Afinal, com a máquina, valor-trabalho do celular diminui desde que os operários fazem mais celulares em menor parcela de tempo. Lembrando que o tempo é o critério que aufere a quantidade de trabalho necessário para produzir a mercadoria).

- A super-produção, nesse sentido, passa a ser uma tendência inata do capitalismo. Os marxistas explicam as crises econômicas justamente por meio desta percepção. Com o excesso de produção, os capitalistas passam a investir menos, além de reduzir custos (por meio de demissões ou aumento do ritmo de trabalho) gerando descontentamento social.

- Outro ponto a ser destacado para se entender as crises é o deslocamento de investimentos do capital, da produção para o setor financeiro.

- Bolhas especulativas – meio apenas de postergar a crise e não de se prevenir das mesma de forma eficiente.

- Mecanismos a partir dos quais os capitalistas visam “remediar” os efeitos das crises econômicas

1- Fechamento das plantas menos lucrativas
2- Diminuição dos custos de produção, incluindo diminuição de salários e benefícios, eventualmente com a conivência de “direções sindicais traidores”.
3- Invasões e Guerras – como meio de redinamizar a economia. Faltou aprofundar mais este tema no artigo.
4- Grandes falências – eventualmente orquestradas? Não ficou claro.

- Estes mecanismos são chamados de “queima de capital”, lembrando-se que o capitalismo opera sob a lógica da destruição-reconstrução – ranço irracionalista do capitalismo. Esta lógica implica na ideia das “crises cíclicas do capital”. “Um sistema que se afoga em riqueza enquanto muitos estão na miséria” – esta frase ilustra bem o aspecto irracionalista das crises. O autor coloca o socialismo como a alternativa para esta irracionalidade. Desde que o texto aparenta ser.

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